Tem vários jeitos de subir ao espigão da Paulista, todos sobem e me consomem quase três quilômetros. Não sei o que vai ser do estádio ou do clube do Pacaembu, nem quando acabam as obras do metrô, mas sei que esse buraco na ciclofaixa da Itápolis não tem gestão, concessão, PPP ou o quê que tape.
Todas as cores das flores na Doutor Arnaldo entre o gótico encardido dos mausoléus e o da faculdade de medicina atarantada com o milhão desviado da comissão de formatura pela estrupícia do ano. É o que eu falo: o mundo não tá tão cão! O clima, a guerra, a peste, o peste e seus moleques podem esperar porque o 171 ainda tem muito a causar. Os idiotas fascistas servindo aos conspiradores golpistas e o projeto de genocídio dos Yanomamis são crimes sem licença à graça. Ao golpe bilionário dos semideuses administradores na praça eu peço licença para contar que o rombo nas Americanas deve vir do tanto de Sonho de Valsa e Ouro Branco que eu subtraía das gôndolas no Iguatemi - e se me pegassem eu falava a verdade: roubava por amor.
Depois do arco-íris, o Jorge Caron desconstruiu a torre de TV para a Cultura. No outono ou inverno, o sol caprichando se põe bem atrás dela. Que fim levou o cara de cabelo colorido que pulava dela? Falando nisso, quem ocupa o prédio e os painéis da TV pioneira? A Tupi amava o que fazia, a MTV se divertia.
Cidades ancestrais dizem ter sete colinas. Deixa que digam. Em SP, só na Pompéia, deve ter umas dez! Será por isso, para lembrar das Minas Gerais, que a mais doce formiguense aninhou-se nessas ladeiras acres? Vindo do alto, conseguirei só desce-las. Desço e saio na Padre Chico, desviando da baixada inundável e fedegosa e respirando as obras onipresentes do metrô. Na Sumaré, dou com o rabo da várzea mal vestida e decido, porque essa conversa já tá vencida, fazer como outro mineiro querido: "Tá no inferno? Abraça o capeta!" Faço o que já foi a rua Turiassu. Depois melhora. A avenida com nome de deputado paga pau da ditadura virou a Mário de Andrade, que nasce rua lá na minha rua e corta a poesia branca e preta do Niemeyer.